Diário de um fumador

Apenas o desespero na forma de palavras

31 de janeiro de 2008

Um mês sem fumar...

Chego a casa, apressado, e ligo o computador, enquanto tento ordenar as tarefas que tenho de cumprir antes de terminar o dia.
Tenho ainda algumas coisas para fazer, antes de me deitar. São quase onze e meia da noite e não quero que acabe o dia sem registar este momento no blog. Agora, nada é mais urgente que contar, partilhar, desabafar isto:
31 dias!
Um mês inteiro sem fumar! Eu!!... Que desde que comecei, nunca conseguira ficar vinte e quatro horas seguidas sem fumar... Consegui aguentar um mês!
Durante este dia, como é compreensível, a palavra "mês" não me saiu do pensamento. E sorria, de quando em vez, até me chamarem à atenção no trabalho. "Que tens Rui? Estás com um ar idiota!" - alertaram-me.
Pois estou, pensei. Um idiota que não toca num cigarro há um mês. Continuo a mesma pessoa... o mesmo idiota, de facto. Um pouco mais triste, talvez. Mais pensativo, de certeza. Menos ansioso, claramente. Mais saudável, penso eu. Mais rico 93 Euros, he he!...
Apesar da tendência ser desejar outro mês, tento não pensar sequer no dia de amanhã. Quero saborear o prazer desta noite. Quero celebrar!
Esta noite é de reflexão pelo caminho percorrido, de análise dos altos e baixos. Mas é também uma noite de partilha de sentimentos de alegria e orgulho. E quero celebrá-la contigo!
Obrigado por me leres e continuares comigo.

30 de janeiro de 2008

30º dia sem fumo azulado

Depois da primeira experiência, falhada, com a gaita-de-foles, volto à angústia da escrita.
Não estou a conseguir escrever o artigo e é já para entregar dia 8 de Fevereiro. Como vem aí o Carnaval, esperava escrevê-lo até amanhã... mas não sei se vou conseguir.

Só me consigo lembrar do cigarro a adormecer no cinzeiro, a fazer-me companhia.
Sinto falta do fumo azulado...

29 de janeiro de 2008

Sem tempo...

Hoje também vai ser um dia dificil para escrever.
Para além de estar ocupado com a gaita de foles, tenho o artigo de que vos falei há uns dias para construir. E, como se não chegasse, tenho aqui duas alunas a chatearem-me a cabeça.
Haja paciência e pouca vontade de fumar.

28 de janeiro de 2008

Olha c'a gaita!...

Hoje não vou escrever nada, pois estarei ocupado a descobrir a sonoridade da minha gaita de foles.
Até amanhã!

27 de janeiro de 2008

Quem é que manda, os cigarros ou eu?

Hoje tenho que partilhar na íntegra o mail que recebi do help-eu.

Mais uma vez, acertou em cheio!



O seu cérebro está a pregar-lhe partidas.
Não procure uma razão para recomeçar a fumar.


Olá Rui,Como está? Hoje vamos falar das emoções ou pensamentos que poderão ter-lhe passado pela cabeça nos últimos tempos.Já deu por si a pensar que ser fumador tem as suas vantagens? Ou que um cigarro, só um ou uma passa, afinal não faz mal nenhum? Ou que a vida às vezes corria melhor quando fumava…? Ou que não foi um combate justo? Ou que fumar um cigarro seria um bom desafio à sua força de vontade? E por aí fora… (se não for este o caso, mais uma vez – tanto melhor!).

É possível que já lhe tenham ocorrido pensamentos deste tipo, cujo objectivo é apenas um – justificar o facto de voltar a fumar. É como se o seu cérebro estivesse a pregar-lhe partidas com um único objectivo – levá-lo a aceitar gradualmente a ideia de recomeçar.É aqui que vai ter de ser mais esperto do que o seu cérebro (se é que é possível…) e utilizar tudo aquilo que já conseguiu até hoje – por exemplo, releia a sua lista de motivos ou a lista dos benefícios em deixar de fumar ou fale com a pessoa que o está a apoiar, etc.

O conselho do dia:
Não se deixe enganar pelo seu próprio cérebro.Seria o cúmulo, não?


O consumo de álcool dá vontade de fumar

Acordei sem pré-aviso! De certeza que já vos aconteceu.
Há diferentes formas de acordar. Uma, a mais habitual, é com o despertador. Outra, as do fim-de-semana, é aquele acordar aos poucos - abrimos os olhos, voltamos a fechar, dormimos mais um pouco, acordamos outra vez... Outra forma de acordar, que foi a que experimentei hoje, é abrir os olhos e já está. Sem razão aparente, acordamos e não somos mais capazes de dormitar. Normalmente, este acordar vem acompanhado de um ligeiro acelerar do coração, como que em pânico, mas esta manhã não foi assim. Acordei calmo e sereno. Como vi que não conseguia dormir mais, levantei-me e fui fazer um café. Para um Domingo, dormi muito pouco. E é esse o motivo que me leva a escrever-vos: o sábado à noite!
Fui ao Baile de Finalistas dos meus alunos da Escola Profissional de Tondela. O primeiro dia deles na Profissional coincidiu com o meu primeiro dia também. Foram os meus primeiros alunos, o que, de certa forma, me traz uma estranha nostalgia. Recordei com outros professores, na noite passada, os três anos de aulas... e o instante em que passaram. Por isso, apesar de inicialmente não me apetecer muito, fui jantar com eles e com as famílias. Depois do jantar, fiz uma coisa que já não fazia desde o dia 1 de Janeiro de 2008. Bebi bebidas alcoólicas, mais exactamente 2 beirões e meio, que o terceiro já não consegui beber até ao fim.
É um facto: O consumo de bebidas alcoólicas puxa a vontade de fumar! Mas fiz o mais certo, apesar de isso contrariar os meus desejos. Peguei em mim e vim para casa. Se ficasse mais uns minutos no baile, de certeza que acabaria por fumar.
Esta manhã, digamos que acordei com meia ressaca. Em situações semelhantes, há 27 dias atrás, acordava ressacado de álcool e tabaco.
Hoje não foi assim. Acordei meio ressacado... nem sequer é uma ressaca completa de álcool e muito menos de cigarros.
Acordei cedo, sobressaltado... mas aliviado por ter conseguido aguentar mais um dia.

25 de janeiro de 2008

Certo ou errado...

Não fumar, ou seja, contrariar uma vontade própria, muito forte, faz-nos pensar. Pensamos em tudo. Principalmente, nas nossas opções durante a vida. Ficamos nostálgicos, ausentes, inertes, passivos. Cá andamos, muitas vezes, literalmente, a ver andar os outros.
Hoje, sinto-me assim! A ver andar os outros. Fazemos isso para não termos de olhar para nós próprios. E, por mais estranho que possa parecer, conseguimos chegar a uma ou outra conclusão. Sobre nós ou sobre os outros.
A conclusão a que cheguei hoje é a seguinte:
"Muitas vezes não se trata de não fazer por ser certo ou errado, mas simplesmente por ser incerto".

25º dia...

Porque 25 é dia de Natal...
Porque 25 é dia de Liberdade...
...25 passa também a ser mais um dia sem tabaco!

A propósito, um dos cafés que frequento (o Café Canas) voltou com a palavra (leia-se atitude) atrás e voltou a recolher os cinzeiros. Pode ser que isso motive o dono do Quebra Tolas ;) Apesar de já não ser aquele cliente habitual, aquele bar continua a ser o meu local de encontro, contudo, cada vez mais, só ao fim de semana...

24 de janeiro de 2008

24º dia

Não é um número significativo, principalmente quando se fala de dias, mas mesmo assim...
Primeiro foram 24 minutos, depois 24 horas e agora 24 dias sem fumar.
Talvez chegue às 24 semanas e, quem sabe, aos 24 meses...

O regresso dos cinzeiros

Já se pode fumar nos cafés de Canas de Senhorim.

Depois de alguns dias a respeitar a lei, os donos voltaram atrás na decisão.
Tudo começou, parece, porque alguém fez queixa de um café em Canas que, sem condições, permitia fumar nas instalações. Apesar da queixa, nem GNR nem a ASAE fizeram alguma coisa.
Vai daí, o café do lado, porque perdeu alguma clientela para o vizinho, também trocou a sinalética vermelha por uma azul. Foi o suficiente para todos os cafés, em Canas de Senhorim, permitirem fumadores, apesar de nenhum ter daqueles extractores de fumo obrigatórios por lei.
Eu, que já não frequentava um café em Canas desde sábado passado, entrei hoje num para tomar a bica e qual não foi o meu espanto quando repararei nos cinzeiros em cima das mesas.
Interpelei um amigo que me esclareceu a história toda.
Mais uma contrariedade para esta luta... e, está claro, para a saúde dos Canenses.

23 de janeiro de 2008

Mais uma espera...

A sala de professores está abandonada.
Cheira a cansaço e a ausência.
Espero que chamem pelo meu nome. Mais uma espera...
O perfume do café espalhado no corredor.
Quero um refúgio.
As mãos, que não sabem o que fazer, escondem-se nos bolsos.
Tento prender a vontade.
A boca, sem os teus lábios, também não sabem o que fazer.
Mais uma espera.
Mais um momento.
Mas, acima de tudo, mais uma vontade.

22 de janeiro de 2008

A razão de ser deste blog...

Hoje ao almoço perguntaram-me a razão de ser do meu blog.
Respondi que me sentia melhor a partilhar a luta do que se a fechasse sobre mim. Aliás, já contei por aqui que me custava menos ultrapassar a vontade de fumar se falasse sobre isso.
Esse foi um dos grandes motivos. Outros há, como por exemplo o apoio que recebo de vós.
Mas só me apercebi da verdadeira razão de ser deste blog depois de folhear um livro, onde o autor contava a angústia de, a partir de determinado momento, não ser mais capaz de escrever.
Confesso que era um dos meus maiores receios.
Como poderia eu voltar à escrita, sem a companhia dos cigarros? sem o alento da nicotina? sem o fumo azulado a sombrear-me?
Seria capaz de escrever sem acender um cigarro?
Construí este blog para o provar, para me obrigar a reflectir. Mesmo que a fonte de inspiração fosse a falta de inspiração...
Obviamente, acredito mais no método. Tenho mais fé na transpiração que na inspiração. E este blog resiste para comprovar isso mesmo.
Mas a escrita vai muito para além disso. É muito mais que um depósito de palavras soltas. É um quadro onde se misturam as diferentes cores do mesmo sentimento: solidão.
Sinto-me só a escrever e apetece-me sempre fumar quando me sinto só.
Daí que, independentemente do que escrevo, diariamente, questiono-me.
Serei capaz de escrever sem acender um cigarro?
Curiosamente, aceitei um desafio há dias atrás. Terei até 08 de Fevereiro para escrever uma comunicação para o I Congresso Internacional de Animação Sociocultural.
Por enquanto, as ideias começam a surgir ainda no pensamento, despegadas, confusas. Contudo, mais cedo ou mais tarde terei de me sentar e passar as ideias para o computador. E aí começará o verdadeiro desafio. E mais uma vez questiono-me.
Serei capaz de escrever sem acender um cigarro?

21 de janeiro de 2008

Regresso à escola

Hoje esteve um dia bonito. Agora, o frio chega com a noite, mas, por volta das três da tarde, o sol estava francamente agradável. Perante esse cenário, decidi ir a pé para a escola, algo que não fazia desde o meu 9º ano, ainda eu, saliente-se, não fumava.
Eu comecei a fumar muito tarde. Aos dezoito anos, idade estúpida, como qualquer outra. Experimentei os cigarros aos treze, mas só comecei mesmo a fumar aos dezoito. Motivo: Dinheiro no bolso, que é, para mim, a única verdadeira razão pela qual nos viciamos em nicotina.

Estava eu a contar que tinha ido a pé para a escola.
Decidi ir a pé por dois motivos. Primeiro, porque o dia estava mesmo bonito. Segundo, porque ando a comer demasiados doces e salgados e umas caminhadas, certamente, não me farão mal nenhum.
Pelo caminho, sem perceber bem a razão, comecei a recordar os meus tempos de escola e invadiu-me uma serenidade tal que me abstraí do cenário que me rodeava. Fui assolado por uma felicidade tal... um estado de espírito cativante!
E pensei o que ultimamente não páro de pensar:
"Mais uma vez, se fumasse, não estaria a viver o que estou a sentir agora".
Porque partilho isto, aqui, agora?
Pelo mesmo motivo que partilho tudo... sem motivo nenhum!

20 de janeiro de 2008

Se as paredes falassem...

... diriam que estão aliviadas por não respirarem o meu fumo. Isto, se também respirassem, claro.

Vou contar algo que irá surpreender alguns leitores, fumadores e não fumadores. Eu fumava no quarto onde durmo. O hábito começou nos tempos de faculdade e estendeu-se até ao final do ano de 2007. Aliás, chegava ao cúmulo de ser sempre a penúltima coisa a fazer, imediatamente antes de ir à casa-de-banho, para depois me deitar. Cheguei, muitas vezes, a levantar-me (quando não conseguia adormecer) para acender um cigarro, e depois tentar adormecer novamente.
No verão, ainda ia à varanda matar o vício, mas, no inverno, fumava cá dentro, com as janelas e a porta fechadas. Quem entrasse no quarto era invadido por uma nuvem de fumo agoniante.
Recordo isso porque hoje passei quase o dia inteiro dentro do meu quarto, a corrigir testes e a preparar as aulas para a semana que se avizinha...
Porque o dia está a terminar, perguntei-me com que ambiente estaria este quarto se eu ainda fumasse. Como estou a trabalhar, fumaria, quase de certeza, mais que um maço. Este quarto estaria impregnado do fumo de mais de vinte cigarros... Cenário desagradável, certamente.
Mais uma vantagem de não fumar. Quando fumava era eu o mais prejudicado com o meu próprio fumo. Era fumador activo e passivo ao mesmo tempo, entendem? Desesperante, de facto. E dá para imaginar o cheiro não dá? Chego até a ter vergonha...

20º dia sem fumar

Sei que o número vinte é igual a qualquer outro. Porém, assume aqui o destaque de título do post, talvez por terminar no algarismo zero.
Nestes vinte dias (apesar de oficialmente serem só dezanove, pois ainda fumei na madrugada do dia um de Janeiro) experimentei diferentes sensações - agradáveis e desagradáveis, boas e más, suaves e dolorosas.
Com o passar do tempo, com a privação de um prazer, descobri algumas coisas de mim que desconhecia. Sou mais tolerante do que pensava. Contudo, curiosamente, sou menos paciente do que pareço.
Também aprendi uma estratégia muito engraçada, que deverá contradizer a maioria das teorias sobre "deixar de fumar". Eu, e só posso falar por mim, quanto mais falo nisso, mais facilmente controlo o desejo de um cigarro. Esta noite, segunda noite de fardas de Carnaval, fartei-me de falar em cigarros e, quanto mais falava, mais me controlava.
Deito-me, mais uma vez, orgulhoso por ter aguentado mais um dia.
Venha de lá o entrudo...

19 de janeiro de 2008

Madrugada

Entro nas primeiras horas do meu 19º dia sem fumar. Hoje custou muito. Aliás, ontem!
Tive mais um dia complicado na escola e, esta noite, começamos a (tentar) fazer as fardas de Carnaval. Não sei se vou aguentar muito mais tempo esta luta, que já se deveria ter tornado mais fácil, creio eu.
Digo a mim mesmo que fiz a melhor opção, mas sinto também que a minha alegria de desvaneceu no fumo azulado do último cigarro que fumei, há 18 dias atrás.
Fico constantemente deprimido, triste e desmotivado para as coisas banais. Aliás, tudo se torna banal. O mundo à minha volta pode desabar, que eu estarei comprometido comigo mesmo a pensar:
"Está tudo a acabar, mas o que interessa é eu não fumar!"
Valerá a pena estar a perder o interesse pela vida, pelo que me rodeia?

17 de janeiro de 2008

A desculpa certa para fumar

Estou numa daquelas horas livres que os professores têm durante o dia. Tenho alguns testes para corrigir, mas preciso fazer uma pausa e partilhar isto convosco.
Venho agora de uma reunião com o "chefe" que não correu muito bem. Um cigarrinho agora de certeza que me acalmava, o que me levou a pensar naquelas que poderão ser desculpas perfeitas para voltar a fumar. Fiz até uma lista mental, que exponho agora. Já tinha pensado nisto noutro dia, mas agora sinto necessidade de as exteriorizar. Resumi os motivos a cinco, talvez os mais drásticos. A numeração não segue nenhuma ordem hierárquica.
Lista de desculpas perfeitas para voltar a fumar:
1. Acabar uma relação amorosa;
2. Ter um acidente;
3. Morte de um ente querido;
4. Ser despedido;
5. Ganhar a lotaria.
(Nem tudo pode ser mau, não é!)

16 de janeiro de 2008

Tudo é razão para gastar dinheiro

Agora, como não gasto dinheiro em tabaco, tudo é motivo para gastar dinheiro. Penso sempre para mim: "Se fumasse gastava este dinheiro em tabaco". Assim, a "parada" fica muito alta e são mais motivos para não regressar ao vício. Penso:"Eu até fumava, mas já gastei o dinheiro do tabaco nestas cenas!"
Com estas brincadeirinhas, já me fartei de comprar pequenos presentinhos para mim. Os últimos dois foram:
Um bilhete para ver os Cure (que uma amiga me trouxe... muito obrigado),
Uma gaita de foles.
Gostava que a última chegasse antes de 8 de Março. Já me estou a ver (e ouvir) a acompanhar o "Pictures of you" com a minha gaita, salvo seja...
Já agora, aproveito para informar que ando à procura de um boneco de ventríloco, daqueles de madeira e de uma pasteleira (não uma mulher que trabalha numa pastelaria, mas uma bicicleta). Se souberem de alguém que queira vender... ou oferecer, contactem-me!

A angústia dos dias




Décimo sexto dia sem fumar...
Mais uma vez, o mail do hel-eu acertou em cheio.
De há uns dias para cá que tenho perdido a motivação que me levou a deixar de fumar.
Estou triste, apático, sem vontade para nada...
Deve ser o efeito secundário mais dificil de suportar desta batalha .
Alguns colegas e amigos já repararam (criticaram) a minha apatia.
Sinto-me infeliz. E sei que o motivo é ter deixado de fumar. O mail que recebi, e eu sei disso, alerta-me para não cair na tentação de puxar de um cigarro, para recordar os motivos pelos quais larguei o vício... mas é dificil!
É uma luta constante, esta, entre a vontade e a razão!
Digo a mim mesmo, repetidas vezes, para não fumar. No entanto, a voz que me diz isso é a mesma que me grita que um cigarrito, só um, não faria mal nenhum.
Qual das vozes falará mais alto?

15 de janeiro de 2008

Constipado

Terrivelmente constipado.
O meu sistema imunitário está adormecido, de certeza.
Primeiro era a garganta que não parava de irritar, agora é o nariz que não pára de pingar.
Vou já enfiar-me por debaixo de uns cobertores, a tentar recuperar. Que agora um professor faltar às aulas dá muito que falar.
Amanhã escrevo, até porque tenho novidades.
Apesar da constipação, apetece muito fumar um cigarro. Começo a pensar que não deveria ter saltado 6 semanas de tratamento. E dúvido muito que seja psicológico, porque a vontade de fumar é bem real.

14 de janeiro de 2008

Etapa 2












Está na hora de dar o passo seguinte.
Apesar do folheto informativo indicar o uso de adesivos de 16mg/16h durante 8 semanas, vou arriscar e passar para a Etapa 2. Portanto, a partir de amanhã e durante duas semanas, irei utilizar adesivos de nicotina 10mg/16h e, depois, passo para a etapa 3 (5mg/16h durante 14 dias).
Talvez seja arriscado saltar 6 semanas de tratamento. Corrijo, é arriscado! Mas eu corro esse risco. Vamos lá ver as consequências...

Ainda sobre medicação, informo os leitores que larguei o Alprazolam. Agora adormeço, apesar de a muito custo, sem recorrer a drogas (lícitas). Durmo menos e à pressa... mas penso que é o melhor para mim.

Nunca mais mencionei, mas com esta constipação e dor de garganta, não me apetece nada fumar.

http://www.parar.net/

Ora viva!
Estou na mesma, obrigado pelos desejos de melhoras. Com dor de garganta e agora uma constipação a acompanhar, pois estas coisas chegam sempre na melhor altura.
Hoje não tinha previsto escrever, mas uma necessidade maior de consultar o meu mail contradisse a vontade inicial. Recebi, com o mail habitual do help-eu, um outro site para consultar, ao qual me servi para dar nome a este post.
Entre fungar, lenços de papel, espirrar, tossir e dificuldade em respirar, lá consultei o site e descobri mais uma notícia que nos leva a pensar nas consequências do tabaco.
O número de desaparecidos à escala mundial vítimas do tabaco desde o dia 1 de Janeiro de 2008 já vai em 188096, e não pára de aumentar a cada segundo.
Eu, felizmente, tenho consciência de que não acontece só aos outros. Por isso, parei de fumar.

Gostava, um dia, de ler um comentário que contasse que alguém também já teria deixado por ter conhecimento de alguns factos que a maioria dos fumadores gosta de ignorar.

A verdade é que morrem pessoas, vítimas do tabaco, a todos os segundos...

13 de janeiro de 2008

Urgências e Niquitin

Acabo de vir do S.A.P. de Nelas.
Esta noite não dormi nada por causa da tosse e as dores eram um pouco para o insuportável. É uma tosse seca, que me incomoda mesmo.
Assim que cheguei ao médico contei-lhe que estava a tentar deixar de fumar. Fiquei orgulhoso quando lhe disse que estava no 13º dia sem cigarros. Ele, curiosamente, pareceu admirado.
Adiante!
Depois de ele me dizer que estava a chocar qualquer coisita ( a precisão com que o Sr. Dr. me disse isso foi exemplar) e depois de me dizer que não necessitava de antibióticos, prescreve-me uns antibióticos. Fiquei sem perceber, mas lá fui aviar a receita.
Aproveitei a minha ida à farmácia para me armazenar de adesivos de nicotina, pois só tenho um último, que irei utilizar amanhã.
Para além de não serem comparticipados, descobri que a farmácia em questão não vendia os adesivos Nicorette (a marca que uso), mas sim, e exclusivamente, Niquitin.
Ora! Vão-se lá lixar!
E o que mais me incomodou foi o sorriso malicioso da sr.ª Técnica de Farmácia, ou lá o que ela é, quando lhe disse que, assim, a continuidade do meu tratamento até poderia estar em causa.
A indústria farmacêutica que vá à m**da, porque aposto que está a ser controlada por uma outra indústria, muito mais poderosa.
De que vale aconselharem-nos a falar com o médico ou farmacêutico, se estão ambos limitados.
O médico dá palmadinhas nas costas, porque não vale de nada passar receita.
O farmacêutico sorri e só vende o que outros lhe dão a vender.
Ora muito bem haja, na mesma!

12 de janeiro de 2008

Tosse


Realmente, eu já estava a ficar preocupado.
Desde que deixei de fumar, que uma tosse irritante chega com a noite que fica até eu adormecer.
De manhã, acordo com a garganta a doer.
Hoje recebi um mail (help-eu) que me disse que, e passo a citar:
"Os meus pulmões estão a acordar !
As células renovam-se, o sistema imunitário torna-se mais forte e os cílios existentes nos brônquios crescem e expulsam impurezas cuja deslocação provoca esta irritação".
Ainda há males que vêm por bem!

Publicidades

Quando decidi construir este espaço, prometi a mim mesmo que iriam ser só palavras, como, aliás, sugere o subtítulo do blog. Não queria cair no erro de estar a construir mais uma colectânea de vídeos do youtube, como começava a ser o dom da loucura.
A palavra, como resultado da angústia e do sufoco, revela-se como a protagonista desta história que deixou de ser minha, passou a ser nossa.

Contudo, cada vez que via esta publicidade à Nicorette, percebia como pode ser miserável o impulso que nos dão para deixar de fumar. Só encontrei a versão brasileira, mas a que passa na tv portuguesa é semelhante. A imagem pateta que fazem do fumador é mesmo... ridícula.
Para compensar (e não foi preciso investigar muito) descobri uma colectânea de incentivos para não fumar. Simplesmente brilhante, mas não aconselhável aos mais sensíveis.
Não irei colocar aqui vídeo nenhum, apenas os links.

O da Nicorette:http://br.youtube.com/watch?v=3uSgC-zx8LQ&feature=related

A colectânea de vídeos:http://br.youtube.com/watch?v=yJgzH-Ulyl8

Para terminar, um último vídeo, sobre as as consequências do tabaco. Apenas um exemplo. Chocante!
http://br.youtube.com/watch?v=iO1fxVzS31g&feature=related

Confesso que, depois de ver este último vídeo, não só não tive vontade de fumar, como me apeteceu ligar aos meus amigos para também eles deixarem de o fazer.
Abraço!

11 de janeiro de 2008

Maratona

Avizinha-se mais um fim-de-semana!
Recordo a passada sexta-feira, em que me custou não fumar. Lembro-me até que, a determinada altura, previ uma lista de opções .
Hoje, sei que a opção é só uma: Não fumar, dê por onde der. Sinto-me confiante, mas tenho receio que seja a confiança em demasia a fazer-me a rasteira.
De qualquer modo, vou tentar não esquecer a mensagem que hoje recebi do help-eu.
Deixar de fumar é uma maratona, não um sprint.

Bom fim-de-semana!

PS: Vem aí o Carnaval. Um desafio imprevisível! Não me recordo de nenhum Carnaval sem cigarros ao lado.

10 de janeiro de 2008

10º dia sem fumar

Tal como, ainda no início, postei a anunciar as 10 horas sem fumar, fica aqui o registo do décimo dia em abstinência.
Apesar de muitas pessoas não acreditarem que eu consiga (incluindo eu, às vezes), tenho-me aguentado, relativamente bem. Mas isto é por fases. Uns dias lidamos melhor, outros pior. Uns dias andamos bem dispostos, outros não. Uns dias apetece escrever sobre isso, outros preferimos o silêncio.

Tenho vontade de fumar e, enquanto me lembrar do prazer que isso me proporcionava, não deixarei de ter.

Neste 10º dia, permitam-me um recado para aqueles que não acreditam que eu vou conseguir.
Guardem essa fé para vocês mesmos. Não a partilhem comigo. Isso pode fazer com que eu reduza a auto-confiança.
Obrigado!

9 de janeiro de 2008

Acordei desamparado

Tal como dissera, decidi deitar-me no fim de tarde.
Como ainda tinha cerca de uma hora até ao jantar, decidi pegar no carro e fui dar uma volta. Antes de entrar no carro, voltei a casa para vir buscar os cigarros. O help-eu (que já envia mails novamente), avisara-me, há alguns dias, para deitar o maço fora. Que, passado uma semana, é tempo de decidir: “Agora ou Nunca!”.
Eu decidira “Agora… ainda não!” e mantive o tabaco guardado na gaveta.
Porém, neste fim de tarde/ início de noite, deu-me na cabeça para o transferir para o carro. Devo ter pensado assim: “Aqui está mais seguro. Se me der ansiedade no quarto, não saio à rua para vir buscar cigarros ao carro!…” ou qualquer coisa semelhante.
Nem sequer pensei nas consequências de ter o tabaco no carro, em vez de no quarto.
Se me apetecesse fumar no quarto, mesmo com cigarros, sempre me distraía com playstation, telemóvel, televisão ou computador. No carro, só tenho o rádio e aqueles malditos IC12 ou o IP3, onde a paisagem é só alcatrão e algumas casas.
De qualquer modo, entrei e coloquei o maço de cigarros no porta-luvas. Recordo-me de ter reparado que não levei isqueiro e pensar: “Tenho o isqueiro do carro”.
Estava-se mesmo a ver, não estava!
Entrei no carro e, assim que me apercebi, o IC12 era o cenário. Não percebi porque escolhera ir por ali. Ia apenas dar uma volta. A música, se bem me recordo, era dos Cure (que gostaria de ver dia 08 de Março). Quando dei por mim, estava de cigarro na boca, com a ponta dos dedos a bater no isqueiro do carro, à espera da chama que iria reacender o meu vício.
Olhei para o relógio! 19,23h! Acendi o cigarro e (re)comecei a fumar.
Abri os olhos. Olhei para o relógio! 19,23h!
“Onde está o cigarro?” Perguntei-me.
“Isto não é o meu carro”. Percebi imediatamente a seguir.
Acordei desamparado. A suar. Tinha sido um sonho. Levo as mãos, instintivamente, ao nariz e cheiro-as.
“Está tudo bem!”, digo em voz alta, mas só para mim.
“Está tudo bem”, escrevo, só para vocês.

Demasiado Alprazolam...

Ontem foi bastante complicado adormecer... Mas reconheço que a culpa foi minha.
Depois de uma jantarada à maneira, num aniversário, contrariei o hábito adquirido desde 1 de Janeiro - o de não tomar café à noite. Com a barriga cheia, a conseguir evitar as bebidas alcoólicas (instruções básicas para ex-fumadores iniciantes), considerei que um café não era má opção. E não era propriamente por "puxar" a vontade de fumar. Era mesmo porque a falta de hábito poderia estragar uma noite tranquila de sono. Aliás, é outra vantagem. Menos nicotina e menos cafeína... está-se mesmo a ver, noites mais calmas!
Tomei café e não me arrependi na altura.
Por volta 23,30h, momento em que escrevo habitualmente para vós, tomo 1 mg de Alprazolan, o que equivale a dois comprimidos. É auto-medicação, bem sei! Mas foram-me receitados numa altura em que eu precisava mesmo de dormir. Como a actual necessidade é a mesma, contrariando o conselho do folheto informativo e o alerta da farmacêutica, eu decidi voltar a tomar, apesar de nunca ter consultado médico nenhum quando decidi deixar de fumar.
Ora, com o café, o sono não chegava. E sem sono, à noite, a vontade de fumar aumenta consideravelmente, atingindo um índice muito difícil de suportar. Vai daí, arrisco e engulo a seco mais meio comprimido, sem sair da cama. Passa meia hora até me levantar e tentar um exercício de respiração, ao qual nunca fui grande especialista. Desisto facilmente e engulo a outra metade e deito-me sobre a cama.
Tinha a sensação que, se me mantivesse acordado mais algum tempo, teria fumado um cigarro. Aliás, tenho a certeza. De resto, pouco mais recordo da noite passada. Acordei com algum sacrifício.
Partilho isto, para perceberem que... sei lá! Partilho isto porque me sinto bem a fazê-lo!
Agora vou deitar-me um pouco. Tenho dúvidas se acordarei antes de amanhã de manhã.
Curiosamente, agora, a esta hora, exactamente agora, não me apetece fumar.

8 de janeiro de 2008

Cigarro da espera...

À medida que o tempo vai passando (já lá vão oito dias), vamos nos apercebendo que há determinadas situações (as tais habituais) que nos dão uma vontade tremenda de fumar. Hoje experimentei a mais fatal delas, penso eu. Algo que ainda não me tinha acontecido, desde que deixara a nicotina.
Todos os fumadores e ex-fumadores irão concordar comigo, quando vos esclarecer que um dos fenómenos que nos dá mais vontade de fumar é esperar. Esperar dá uma vontade danada de puxar de um cigarro. Se estivermos à espera, mas acompanhados por alguém, a vontade não é tão grande. Mas se estivermos sozinhos... parece não haver outra forma de passar o tempo. O tempo parece que passa mais depressa. Depois, com um cigarro na mão, já não parecemos tão desamparados e tão sós. Neste caso, onde esperei meia-hora (que me pareceram três ou quatro) valeu-me o telemóvel e as sms gratuitas. Sempre me fui distraindo. Mas acreditem, peguei no telemóvel, não para me distrair, acho eu, mas sim para passar despercebido aos olhos dos outros. Para não parecer tão desamparado.
Penso que o facto de estarmos sós, nos leva a procurar a companhia silenciosa do cigarro. Quantos fumadores já não devem ter exclamado:
"Oh!... Se os cigarros falassem!..."
E quantos já não abdicaram do cigarro, porque não queriam deixar a meio uma conversa com um amigo...
Por isso, mais uma vez, agradeço por não me deixarem só nesta luta :)
Eu sei que me lêem.
Afinal, é apenas por isso que eu escrevo.

7 de janeiro de 2008

Uma para o teu diário... vinda do "Público"

Esta mensagem foi-me enviada por um amigo. Um amigo distante, mas perto do coração. Deixou-me o recado que coloquei no título. Aqui vai o resto:

Por ser festa de Reis, Gonçalo, com oito anos, fumou 23 cigarros em dois dias
07.01.2008, Ana Fragoso

Mais parece uma provocação às restrições da nova Lei do Tabaco, às campanhas anti-tabágicas e à proibição de vender cigarros a menores de 16 anos. São os reizinhos fumadores.
Porque sofre de asma, Carla Teixeira, com 17 anos, nunca pegou num cigarro e deve ser uma das poucas excepções dos habitantes da aldeiade Vale Salgueiros, no concelho de Mirandela, incentivados a fumar apartir dos cinco anos de idade, mas apenas na festa dos Reis."Eu não posso, mas até me arregalo de ver as crianças fumar neste dia,porque é tradição", afirmou em pleno ambiente de festa, ao lado de três miúdos de dez anos que exibiam o cigarro na mão."Eu já fumei dez cigarros", gabava-se André Rouxinol, de 10 anos,confessando que ficou "um pouco tonto" quando alguém lhe deu umcharuto. Este menino "provou" o primeiro cigarro com apenas cinco anos e repete esta espécie de "ritual", todos os anos nas comemorações dos Reis. Gonçalo Santos, de oito anos, assumia-se como "o mais valente" deste ano, garantindo que já tinha fumado "23 cigarros em dois dias". Às 11h00 de Domingo, puxou do terceiro cigarro do dia. Sem qualquer dificuldade acendeu-o e começou então a fumar quase compulsivamente,sorrindo sempre que libertava o fumo. "Hoje todos fumamos mas depois da festa acabou", repetia revelando os ensinamentos e as regras que lhe foram transmitidas pelos mais velhos. Ana Raquel, de 11 anos, menos resistente que os amigos, revelava ter fumado "apenas" dois cigarros na noite de Reis. "Ontem só me deram dois, fumei-os logo de seguida, mas logo o meu pai já me dá mais", afiançava confiante na vontade dos pais. Por dois dias (5 e 6 de Janeiro) ignoram-se todas as campanhas anti-tabágicas, os objectivos da nova lei do Tabaco e até as regras do
os nossos costumes que queremos preservar", reagiu Manuel Teixeira, não fumador que não se sente incomodado com os cigarros dos outros. "A tradição pode ser chocante para quem vive fora desta aldeia mas vem desde o princípio do mundo", comentou Zulmira Borges, de 70 anos, incapaz de explicar a origem disto. É uma festa sem regras que entusiasma a garotada que, por algumas horas, exibem comportamentos de adultos. Os próprios pais e avós compram os cigarros às crianças e ninguém se atreve a contestar a tradição. "Isto vem de tempos antigos e é um orgulho ver a garotada a dar seguimento à tradição", argumentava José Ferreira, com 73 anos. "À minha neta de oito anos dei-lhe dois cigarritos e mete graça vê-los ali de cigarro na mão a chupar", acrescentava, mostrando um certo orgulho neste estranho incentivo. Assim se começa o vício. Mas há sempre quem tema as consequências, como é o caso de Eliana Taveira. Mãe de duas crianças de seis e nove anos, tem adiado ano após ano a compra de tabaco para os filhos que, "por sorte" ainda não pediram. E os receios advêm da própria experiência. Nascida e criada em Vale Salgueiros, Eliana foi incentivada a fumar em criança e apanhou-lhe o gosto. "O problema é gostar. No Dia de Reis fumamos à frente dos adultos e o resto do ano começamos a fumar às escondidas", contou. Durante alguns anos confessa que foi "viciada" no tabaco, mas conseguiu superar e agora receia pelos filhos. José Ferreira conhece bem o risco e conta que foi complicado dizer a uma das netas, agora já adulta, que às crianças só era permitido fumar durante a festa: "A rapariga gostou e depois queria fumar todos os dias, depois tivemos de a proibir". O septuagenário insiste que a tradição se deve manter e recorda que na sua meninice tinha de ir roubar "dois ou três quilos de azeitonas" aos olivais dos vizinhos, "para vender aos comerciantes" em troca de um maço de tabaco. "Agora há fartura, é deixá-los fumar", dizia entre risos. Em Vale Salgueiros há muitos adultos fumadores e esta é uma das poucas aldeias do Nordeste transmontano onde os cafés se adaptaram às novas exigências para conseguirem licenciamento como espaços onde é permitido fumar.

Já tinha ouvido falar deste fenómeno!
Sem comentários.

Sem apoio II

Este fim de semana descobri um fenómeno.
A bem dizer, confirmei, empiricamente, a veracidade desta frase:
"Todos os amigos ficam tristes com as nossas derrotas, mas nem todos ficam contentes com os nossos sucessos".
É totalmente verdadeiro.

Sem apoio

Esta manhã não recebi o habitual mail do help-eu!
Será que eles pensam que eu já desisti da luta?

6 de janeiro de 2008

Vantagens Vs Desvantagens

Devo confessar que ainda não reparei em quase nenhuma vantagem por deixar de fumar.
O dinheiro, gastei-o agora numa playstation. Jogar o PES 2008 é, talvez, o acto que mais me abstrai de tudo. Foi uma aposta alta, mas penso que será uma aposta ganha. Como me disse o meu irmão: "Se deixares de fumar podes comprar uma playstation por mês e ofereceres-mas!"
As vantagens 'físicas' não as devo sentir devido ao uso do adesivo de nicotina.
Há uma vantagem clara e essa sinto-a bem. O Cheiro! Não cheirar a tabaco é uma sensação extraordinária, que não experimentava há anos.

Porém, consigo definir bem as desvantagens. Tão bem que consegui eleger a maior - aquilo de que sinto mais falta.
Sinto falta do fumo a travar na garganta. É essa a sensação de que mais tenho saudade. Era isso que me dava prazer ao fumar. Engolir o fumo, abrandá-lo na garganta, senti-lo e expulsá-lo do corpo. Recordo com mágoa o sentido libertário desse acto.
E, que merda, ainda apetece fumar :/

As recaídas











As recaídas são tramadas.


Como sabem, registei-me no help-eu e todos os dias recebo um mail, onde eles parece que adivinham o que se passa comigo. O facto de eu, como pessoa, estar a reagir de uma forma semelhante à de tantos outros ex-fumadores, deixa-me angustiado. Como é possível o ser humano ser tão previsível? Logo eu, que pensava ser diferente, único, singular. Pelo menos, em determinados aspectos como este, já sei que não sou.


O "recado" que recebi esta manhã foi para ter atenção às recaídas. Alertava para a vontade de fumar um cigarro ou dar apenas uma simples passa no cigarro de um amigo.

Curiosamente, abri o mail, ainda estava com a chávena de café na mão e com o adesivo por destapar, a pensar que... se calhar... talvez... não fazia mal... só meio cigarro... E quando li o mail percebi que era uma vontade natural. Que o caminho mais fácil era fumar o patético cigarro. Um desafio para mim seria intervalar esta luta,fumar e tentar não não fumar mais nenhum. Mas o desafio maior estava em não fumar mesmo. Eu aceitei o desafio maior.

Passaram quase 6 dias. 120 cigarros que os meus lábios não sentiram.

E ainda apetece fumar!

5 de janeiro de 2008

O cigarro rotineiro

O que nos leva a fumar um cigarro?

Acender um cigarro em determinadas alturas do dia é um hábito que os fumadores adquirem, à medida que os anos vão passando. Nem sempre (quase nunca) é uma necessidade física. Muitas vezes, "puxa-se" de um cigarro porque, sem motivos aparentes, estamos habituados a isso. A esse fenómeno, chamo-lhe "cigarro rotineiro". Os exemplos são dos mais diversos: Depois de tomar café, numa viagem, na pausa entre tarefas, no fim de um trabalho árduo, a falar ao telefone, depois de uma boa notícia, depois de uma má notícia...



Nestes últimos dois dias, vivi muitas dessas rotinas, onde senti a falta do cigarro para acompanhar tais vivências.

Já lembrei os intervalos das aulas, que não custaram assim tanto a passar, depois de ser obrigado a viver outras situações. As viagens custam a fazer; as noites, vagarosas, no meu quarto, demoram a passar; o café da manhã sabe sempre a pouco...

A situação que mais me custou ultrapassar aconteceu ontem.

O final da semana é tempo de reencontro. O Quebra-tolas, lugar comum a muitos fumadores, é apenas o mote para o início de uma noite que pode ser sempre o que nós quisermos.

Tenho a sorte de ter amigos, em especial dois, com quem converso horas a fio. Um deles não fuma. Por isso, falarei nele quando assim considerar pertinente. O outro fuma há já algum tempo.
Ontem, como desde há muito me habituei, saí do bar com ele, para dar uma volta de carro pelas redondezas, onde os cigarros e a música são as únicas testemunhas da nossa cumplicidade. Assim como ele não esconde o sentimento de orgulho por eu querer deixar de fumar, eu também não lhe peço para evitar fazê-lo à minha frente. Os amigos são assim. A minha liberdade acaba quando começa a dele.
A verdade é que senti mesmo a falta de um cigarro, enquanto partilhava mais um ponto de vista acerca de um qualquer tema, relacionado com um assunto qualquer. E, mais uma vez, porque é sempre disso que se trata, havia uma opção a tomar.
Ou pedia para ele me deixar em casa, porque não aguentava mais ficar ali sem fumar,
Ou fumava uma cigarrada com ele, ao som da música perfeita para o reencontro com o viciado prazer da nicotina.
Não optei nem por uma nem por outra. Nem sequer lhe falei nesta angústia.
Não disse nada. E conversámos pela noite dentro, no passeio habitual. Como se eu estivesse a fumar ou como se nunca tivesse fumado. O que me levou a optar por isso? Prefiro o desalento de não fumar do que a ausência das nossas conversas.
Porém, ainda me apetece fumar.

3 de janeiro de 2008

Angústia

Neste momento, agora, apetece-me mesmo fumar.
Estou com uma angústia tal, que só me apetece partir tudo à minha volta. E fumar, também. Partir tudo e depois fumar.
Apetece mesmo fumar.

1º dia de aulas

Para quem não sabe, sou professor.
Numa das escolas onde lecciono, só há toque de entrada. O que faz com que os intervalos sejam curtos, não durando mais do que 2/3 minutos. Como em qualquer instituição escolar, é proibido fumar nas instalações, o que provoca uma correria até às escadas de entrada, para disfarçar o vício. Chegam a juntar-se dezenas de pessoas pelos degraus, a desenhar, em conjunto, uma nuvem de fumo que se espalha no ar.

Hoje era mais um teste.
Desde há 3 anos, altura em que entrei para aquela escola, que me habituei ao ritual de, todo o santo intervalo, vir até às escadas fumar o meu cigarro e conviver com alunos e professores que partilhavam comigo o vício. Não escondo que passei momentos engraçados naquelas escadas, que em ambiente formal seriam impossíveis de repetir.
De qualquer modo, hoje, consegui passar o dia sem "vir ao intervalo", sem "recreio" :).
Foi duro. Então no fim de almoço... Ou nas duas horas livres que tive a meio da manhã... Foi difícil.
A verdade é que me aguentei. E senti o apoio de colegas e amigos, fumadores e não fumadores (até ex-fumadores), para continuar a minha saga.
Agora outra luta vai iniciar no fim de jantar. Tenho de passar algumas horas ao computador, a corrigir testes e a preparar aulas. Mais uma prova... faltam só, aproximadamente, cinco horas para o meu dia terminar...
Ainda me apetece fumar.

2 de janeiro de 2008

Jogo do não fumador

Como já alguns sabem, nesta pequena etapa da minha vida, tenho tido o apoio do help-eu.
Todos os dias recebo um mail deles, a tentar, de alguma forma, apoiar o meu caminho de não fumador.
Hoje descobri um jogo. É bastante ridículo até, mas surge imbuído na filosofia de que nos devemos ocupar com o máximo possível de tarefas, para não cairmos na tentação. Joguem, se quiserem! Carreguem aqui!
Eu só me consegui ocupar por 5 minutinhos. Valeu-me a viola...
É verdade... tenho-me esquecido das listas de auto-presentes e de motivações. Tenho de partilhá-la em breve.
Até depois!

A opção...

... certa, penso eu. Poderia ser mais acertada. Digamos que tive metade da cotação. Optei pela número 3: Tirar o adesivo, tomar Alprazolam e ver tv (se conseguir) até adormecer.
A verdade é que fiquei até às 3,30h da madrugada deitado, sem adesivo, à espera de adormecer, a ver um filme em que o protagonista puxava de um cigarro sempre que aparecia em cena.
Confesso que tive para me levantar e ir directo à gaveta onde guardo os meus cigarros e um isqueiro. Mas, estranhamente, aguentei essa vontade (que nunca passou) até acordar esta tarde.

Para as pessoas que nunca fumaram, deixem que vos diga que a vontade de fumar, ao contrário da de mijar, por exemplo, não diminui com o acto. Quero com isto dizer que, se vos apetecer mijar às duas da tarde e não o fizerem logo, por volta das cinco horas estão que nem podem, mesmo à rasquinha. Até aqui, é semelhante ao vício da nicotina. Se eu não fumar quando me lembro que quero/preciso fumar, a vontade vai aumentando. Imaginem, então, que, às cinco horas, enquanto mijam, eu fumo um cigarro. As duas necessidades ficam satisfeitas no momento. Porém, ao contrário da necessidade de mijar, que só voltará daí a algum tempo, a necessidade de fumar regressa muito mais cedo. Muito mais do que se não tivesse fumado nenhum cigarro.

Reconheço que esta comparação é absurda, chegando a rasar a estupidez, mas espero que compreendam que é meritório para um fumador (que quer abandonar o vício da nicotina) reconhecer que fumar um cigarro não diminui a vontade/necessidade de fumar outros,até a aumenta.
Ora se eu reconheço isso mesmo, espero não cair na tentação...
Até breve.

10 horas

10 horas sem fumar.

Acordei às 14,27h. São agora 00h28m. 10 horas que, a meia hora o cigarro, valeriam um maço.

Que eternidade!... Foi a tarde e a noite mais longas da minha vida e assim promete ser a madrugada. A não ser que recorra ao Alprazolam, que me parece uma óptima opção. 1 mg não faria mal nenhum. É uma saída a ponderar.

Antes disso, apenas um desabafo.
Não havia a porcaria de um hipermercado aberto hoje. Filhos da mãe. Safei-me graças a umas pastilhas tridente e a uns mentos de fruta que comprei numa pastelaria. E também dei cabo de uns amendoins com mel que estavam cá por casa. Ainda por cima, hoje, que tive uma jantarada em casa de um amigo, para esvaziar o frigorífico e a arca do que sobrou da passagem d'ano.
Para aqueles que sabem a dificuldade de não fumar depois do café, informo que bebi dois cafés. Um em casa, depois de almoçar e outro à tarde, antes de me enfrascar com mentos e pastilhas de mentol e baunilha (com recheio - são as melhores).

Agora, tenho várias opções:
1. Tirar o adesivo e ver tv até adormecer
2. Não tirar o adesivo e ver tv até adormecer
3. Tirar o adesivo, tomar Alprazolam e ver tv (se conseguir) até adormecer
4. Tirar o adesivo, fumar um cigarro e ver tv a lamentar-me, sem conseguir adormecer

Não vou pedir para enviar comentários a dizer que opção tomar. Porque a decisão tem de ser tomada já. Vou pensar e amanhã já vos digo.
Até breve.

1 de janeiro de 2008

Rebuçados e Pastilhas...

Vou às compras. De regresso às contas, estou com um saldo de -30€. Já recuperei 3€ de não ter comprado tabaco.
Agora vou comprar tudo o que seja substituto de cigarros, para manter a boca e as mãos ocupadas. Já fiz uma pequena lista mental, que se distribui por rebuçados, chupas, pastilhas, amendoins, cajus e demais frutos secos, gelado, cheetos e demais snacks de batata, barras de cereais, bolachas e, claro, leite e sumo para acompanhar. Pelo caminho, de certeza. lembrar-me-ei de muito mais coisas.
Ao meu regresso, apresento a factura.
Até breve!

1º Dia

Hoje, espero que seja o primeiro dia do resto da minha vida.
Acordei agora e, como é hábito, ligo o computador. São quase três e meia da tarde. Ao lado do pc, o isqueiro e o cinzeiro com algumas beatas. Deito tudo para o lixo. Dói-me o peito e a cabeça, da noitada de ontem. Não fiz nada de especial, mas devo ter fumado demais. Cigarros, cigarrilhas, charutos... Fumei o último cigarro às seis da manhã. Seis e vinte, para ser mais preciso. Gostaria que o meu último cigarro tivesse tido mais espectacularidade. Ao estilo de uma última refeição para quem está no corredor da morte...
Cruz credo!... Estas analogias dão cabo de qualquer um.
Mas gostaria que o último cigarro fosse o auge do prazer de um fumador. Fumá-lo a seguir a uma grande refeição ou uma grande noite de sexo. Mas não aconteceu nada disso. Fumei-o a ver televisão e a tentar perceber porque motivo proporciona o tabaco tanto prazer. Na verdade, o último cigarro não me deu assim tanto prazer. É isso que me vou lembrar, sempre que quiser acender um.
Já almocei. Já tomei café. Já coloquei o adesivo de nicotina no braço direito. Sinto-o a prender-me um pelito... Tou ansioso para que chegue a hora de me deitar, para tirar o adesivo e livrar esse pêlo de tal sofrimento.
Até breve!
Deve ser a primeira vez que escrevo ao acordar (em vez de ser ao deitar) e sem acender um cigarro para me "inspirar". Por isso saiu um texto tão mau :(

Reduzido a cinza

A minha foto
Canas de Senhorim, Viseu, Portugal
À espera de palavras...