Diário de um fumador

Apenas o desespero na forma de palavras

1 de janeiro de 2008

1º Dia

Hoje, espero que seja o primeiro dia do resto da minha vida.
Acordei agora e, como é hábito, ligo o computador. São quase três e meia da tarde. Ao lado do pc, o isqueiro e o cinzeiro com algumas beatas. Deito tudo para o lixo. Dói-me o peito e a cabeça, da noitada de ontem. Não fiz nada de especial, mas devo ter fumado demais. Cigarros, cigarrilhas, charutos... Fumei o último cigarro às seis da manhã. Seis e vinte, para ser mais preciso. Gostaria que o meu último cigarro tivesse tido mais espectacularidade. Ao estilo de uma última refeição para quem está no corredor da morte...
Cruz credo!... Estas analogias dão cabo de qualquer um.
Mas gostaria que o último cigarro fosse o auge do prazer de um fumador. Fumá-lo a seguir a uma grande refeição ou uma grande noite de sexo. Mas não aconteceu nada disso. Fumei-o a ver televisão e a tentar perceber porque motivo proporciona o tabaco tanto prazer. Na verdade, o último cigarro não me deu assim tanto prazer. É isso que me vou lembrar, sempre que quiser acender um.
Já almocei. Já tomei café. Já coloquei o adesivo de nicotina no braço direito. Sinto-o a prender-me um pelito... Tou ansioso para que chegue a hora de me deitar, para tirar o adesivo e livrar esse pêlo de tal sofrimento.
Até breve!
Deve ser a primeira vez que escrevo ao acordar (em vez de ser ao deitar) e sem acender um cigarro para me "inspirar". Por isso saiu um texto tão mau :(

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Reduzido a cinza

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Canas de Senhorim, Viseu, Portugal
À espera de palavras...