Diário de um fumador

Apenas o desespero na forma de palavras

2 de janeiro de 2008

A opção...

... certa, penso eu. Poderia ser mais acertada. Digamos que tive metade da cotação. Optei pela número 3: Tirar o adesivo, tomar Alprazolam e ver tv (se conseguir) até adormecer.
A verdade é que fiquei até às 3,30h da madrugada deitado, sem adesivo, à espera de adormecer, a ver um filme em que o protagonista puxava de um cigarro sempre que aparecia em cena.
Confesso que tive para me levantar e ir directo à gaveta onde guardo os meus cigarros e um isqueiro. Mas, estranhamente, aguentei essa vontade (que nunca passou) até acordar esta tarde.

Para as pessoas que nunca fumaram, deixem que vos diga que a vontade de fumar, ao contrário da de mijar, por exemplo, não diminui com o acto. Quero com isto dizer que, se vos apetecer mijar às duas da tarde e não o fizerem logo, por volta das cinco horas estão que nem podem, mesmo à rasquinha. Até aqui, é semelhante ao vício da nicotina. Se eu não fumar quando me lembro que quero/preciso fumar, a vontade vai aumentando. Imaginem, então, que, às cinco horas, enquanto mijam, eu fumo um cigarro. As duas necessidades ficam satisfeitas no momento. Porém, ao contrário da necessidade de mijar, que só voltará daí a algum tempo, a necessidade de fumar regressa muito mais cedo. Muito mais do que se não tivesse fumado nenhum cigarro.

Reconheço que esta comparação é absurda, chegando a rasar a estupidez, mas espero que compreendam que é meritório para um fumador (que quer abandonar o vício da nicotina) reconhecer que fumar um cigarro não diminui a vontade/necessidade de fumar outros,até a aumenta.
Ora se eu reconheço isso mesmo, espero não cair na tentação...
Até breve.

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Reduzido a cinza

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À espera de palavras...