Nesta semana que hoje começa, irei, neste espaço, prestar homenagem a Pedro Paixão.
Não só porque sim, mas também porque vocês merecem ler o que ele escreve.
Uma vez por dia, irei colocar aqui um excerto de livros dele. O primeiro é o meu preferido. Chama-se "Spleen de Lisboa".
"Suave é o fumo do cigarro que entontece. Tenho passado estes dias na ocupação de os desfazer aos bocados. Tudo passa devagar como este fim de tarde em que o sol está quente e pachorrento e a minha alma anda por aí livre ao acaso. De resto não faço nada que valha a pena recordar. Quando muito escrevo uma carta que não mando, leio parágrafos vários de livros que folheio, escrevo coisas como esta em que não digo nada. Com sorte talvez beije uma rapariga, se for preciso ou a isso me obrigar. À parte isso não faço nada, sou como este fumo azulado que se dissipa sem vento".
Diário de um fumador
Apenas o desespero na forma de palavras
25 de agosto de 2008
Excertos de Paixão
Paixão, in "Histórias Verdadeiras" (1994)
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2 comentários:
O nome do homem assenta-lhe que nem uma luva. A escrita dele é, realmente, apaixonante.
Gostei particularmente de "a minha alma anda por aí livre ao acaso".
Por tua causa, Pedro Paixão ganhou mais uma leitora.
Olá Júlia,
"Rosa vermelha em quarto escuro" é a mais recente obra. Mas se quiseres outros títulos é só dizer. O homem é, de facto, fascinante.
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